Diários do Cena Dia 1

Hoje eu entrei na toca do coelho e fui parar no mundo mágico do Cena. 

Hoje comi do doce que deixa grande e bebi da garrafa que encolhe (ou o contrário). 

Hoje eu vi 101 pessoas pagarem ingresso para participarem de uma acalorada e organizada discussão política como nunca antes. Hoje eu vi um artista se auto-intitular o artista e fazer performances não programadas e não convidadas, porém, sempre respeitando as regras, dentro do espetáculo alheio. Hoje eu assisti a troca de presidentes, hoje eu exerci a democracia como nos tempos das assembleias gregas, hoje eu vi déspotas surgirem com consentimento, hoje vi uma revolução contra o sistema. Hoje eu vi 101 pessoas continuarem a debater respeitando as regras mesmo com queda de energia e sem ninguém pedir para que elas assim o fizessem. Não, e não estava na Câmara nem no Senado.
Eu não estava na Universidade nem na passeata. Eu estava no teatro! Hoje eu lembrei, mais uma vez, que não são os bares nem as boates, nem as bebidas e nem mesmo as comidas, que me atraem mais. Claro, tudo isso é bom e tem hora. Hoje eu perdi a noção das horas, invadi madrugada acordada, sóbria e com uma água mineral e um amendoim apenas. Porém, inebriada e maravilhada como só os livros e o teatro me deixam. Hoje eu não quis bater o calcanhar dos sapatinhos vermelhos para voltar pra casa. Deixei isso para daqui a duas semanas. Nos próximos 12 dias dormirei pouco e sonharei acordada muito.
E tudo isso porque o Cena Contemporânea começou.

Obrigada Guilherme Reis!

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